sábado, 4 de setembro de 2010

Por que tudo igual?

Este artigo é inspirado nos artigos Ignorance Is Bliss, de Andy Clarke, e Make Your Mockup In Markup, de Meagan Fisher, publicados no 24ways.

Um dos pontos mais problemáticos no desenvolvimento de um site, ao lado da acessibilidade, é o layout. Em especial fazer com que o site tenha exatamente a mesma aparência em todos os navegadores, em todas as plataformas e em todas as resoluções de tela.

Para esta tarefa, esta meta, não preciso dizer que além de muito trabalho, limita o desenvolvedor nos recursos que podem ser utilizados e na infinidade de hacks necessários. Este ideal é praticamente utópico e conflita diretamente com dois interesses: o do desenvolvedor de realizar um trabalho de qualidade (criar uma solução efetiva, padronizada, acessível) e com o do cliente, porque influi diretamente em prazos e custos.

Pois bem, em primeiro lugar, se você ainda cria algo no Photoshop ou qualquer outro software de processamento de imagem, fornecendo uma foto do trabalho que será realizado ao cliente, pare agora. Quando você fornece uma foto, uma imagem, você cria expectativas no cliente, e mais tarde quem vai ralar para conseguir atingir esta expectativa a qualquer custo é você mesmo.

Para o processo de aprovação do layout, use um site. Crie um site, sem efeitos, sem interatividade, e esclareça isso ao cliente. Diga que fará um site, sem programação ou interatividade porque isto demandam trabalho, e que não é a versão final, é apenas para avaliação estética, do layout.

A partir de então, faça a marcação em HTML bem feita, e trabalhe o CSS. Pronto. Se você fizer, utilizando o Firefox ou o Chrome, e o cliente ver no Firefox, ótimo. Se ele ver no Internet Explorer, mas mesmo assim aprovar, não tem porque você gastar horas polindo alguns detalhes mínimos.

Trabalhando desta forma, sem gerar expectativas complicadas no cliente, você reduz o trabalho sobre detalhes, aumenta sua produtividade, a qualidade da produção e, de quebra, sua competitividade.

Muitas vezes somos tão aficcionados pela perfeição, que esquecemos o que realmente importa no negócio: a satisfação dos usuários. Usuários comuns não abrem um site, e depois abrem ele novamente em outro navegador só para conferir como ficou o layout, nem redimensionam a janela compulsivamente afim de achar um elemento quebrado. Usuários comuns leem o que querem ler, falam o que querem falar, compram o que querem comprar, fazem o que querem fazer. Se o site lhes dá os meios suficientes para eles completarem suas tarefas, ótimo, isso lhes basta. Quanto mais simples e direto for o processo que leva o usuário atingir seus objetivos, melhor. Nenhuma borda arredondada, ou fonte, ou efeito visual é tão importante ao julgamente quanto a facilidade de uso.

Bem, é isso. Chega da busca da perfeição milimétrica a qualquer preço, e mais respeito às normas e aos usuários.

----------- keepReading

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